Os desafios e as oportunidades da reabilitação urbana em Portugal

publicado em 28 de maio de 2023

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Os desafios e as oportunidades da reabilitação urbana em Portugal
Desafios e Oportunidades da Reabilitação Urbana em Portugal

🏢 Os desafios e as oportunidades da reabilitação urbana em Portugal 🇵🇹

A reabilitação urbana é um processo de intervenção nas áreas urbanas degradadas ou obsoletas, com o objetivo de melhorar as condições de vida, a funcionalidade e a atratividade das cidades. A reabilitação urbana pode ter vários benefícios, como a preservação do patrimônio histórico e cultural, a promoção da sustentabilidade ambiental, a dinamização da economia local e a inclusão social. No entanto, a reabilitação urbana também enfrenta vários desafios, como a falta de financiamento, a burocracia, a resistência dos proprietários e dos moradores, e a concorrência com as novas construções. Neste post do blog, vamos explorar alguns dos principais desafios e oportunidades da reabilitação urbana em Portugal e como ela pode valorizar o patrimônio histórico e cultural do país.

🏛️ O patrimônio histórico e cultural como um recurso para a reabilitação urbana

Portugal é um país com uma rica e diversa herança histórica e cultural, que se manifesta na arquitetura, na arte, na música, na literatura, na gastronomia e nas tradições populares. Esse patrimônio é um recurso valioso para a reabilitação urbana, pois pode contribuir para a identidade, a memória e a coesão das comunidades urbanas, bem como para o desenvolvimento do turismo cultural. Além disso, o patrimônio histórico e cultural pode ser uma fonte de inspiração para o design urbano contemporâneo, que pode integrar elementos tradicionais com soluções inovadoras e sustentáveis. Um exemplo de reabilitação urbana que valoriza o patrimônio histórico e cultural é o projeto Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana, que visa recuperar o centro histórico do Porto, classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO, através de ações de requalificação do espaço público, de recuperação do edificado, de incentivo à habitação e à atividade económica, e de promoção da participação cidadã.

💰 Os desafios financeiros e jurídicos da reabilitação urbana

Um dos principais desafios da reabilitação urbana é a falta de financiamento adequado e acessível para os projetos, tanto por parte do setor público como do setor privado. Os custos da reabilitação urbana podem ser elevados, devido à complexidade das intervenções, à necessidade de cumprir as normas técnicas e legais, e à escassez de mão-de-obra qualificada. Além disso, os benefícios da reabilitação urbana podem ser difíceis de quantificar e de distribuir equitativamente entre os diferentes agentes envolvidos, como os proprietários, os inquilinos, os investidores, os comerciantes e os visitantes. Outro desafio é a burocracia e a morosidade dos processos administrativos e jurídicos relacionados com a reabilitação urbana, que podem desincentivar ou inviabilizar as iniciativas. Por exemplo, a obtenção de licenças, a regularização da propriedade, a definição das responsabilidades e dos direitos dos intervenientes, e a resolução dos conflitos podem ser obstáculos para a reabilitação urbana. Uma forma de superar esses desafios é a criação de instrumentos financeiros e jurídicos específicos para a reabilitação urbana, como fundos, incentivos fiscais, subsídios, empréstimos bonificados, parcerias público-privadas, contratos-programa, planos especiais de intervenção e regimes simplificados de licenciamento.

🌍 As oportunidades sociais e ambientais da reabilitação urbana

A reabilitação urbana pode ter um impacto positivo na qualidade de vida das populações urbanas, ao proporcionar melhores condições de habitabilidade, acessibilidade, mobilidade, segurança e lazer. A reabilitação urbana pode também favorecer a inclusão social, ao promover a diversidade, a coesão e a participação das comunidades urbanas, especialmente das mais vulneráveis, como os idosos, os jovens, os imigrantes e os desempregados. A reabilitação urbana pode ainda contribuir para a sustentabilidade ambiental, ao reduzir o consumo de recursos naturais, a produção de resíduos, as emissões de gases de efeito estufa e a poluição sonora e atmosférica. A reabilitação urbana pode também potenciar a utilização de energias renováveis, a eficiência energética, a gestão da água e dos resíduos, a mobilidade suave e o espaço verde. Um exemplo de reabilitação urbana que explora as oportunidades sociais e ambientais é o projeto Lisboa Verde - Capital Europeia do Ambiente 2023, que pretende transformar Lisboa numa cidade mais verde, mais inclusiva e mais resiliente, através de medidas como a criação de corredores verdes, a reabilitação de edifícios com critérios de sustentabilidade, a implementação de sistemas de mobilidade partilhada e elétrica, a promoção da economia circular e da agricultura urbana, e o envolvimento dos cidadãos nas decisões e nas ações.

🚀 As tendências e as inovações tecnológicas na reabilitação urbana

A reabilitação urbana pode beneficiar das novas tecnologias que estão a emergir no campo da arquitetura, da engenharia, da informática e da comunicação . Essas tecnologias podem facilitar o diagnóstico, o planeamento, o projeto, a execução e a monitorização das intervenções urbanas, bem como melhorar o desempenho, a funcionalidade e a atratividade das soluções propostas. Algumas das tendências e das inovações tecnológicas na reabilitação urbana são:

  • A digitalização e a modelação 3D, que permitem criar representações virtuais das áreas urbanas e dos edifícios, simulando diferentes cenários e avaliando os seus impactos;
  • A impressão 3D e os materiais inteligentes, que permitem produzir componentes e estruturas personalizadas, adaptáveis e recicláveis, com menor custo e desperdício;
  • A internet das coisas e os sensores, que permitem recolher e analisar dados em tempo real sobre o estado e o comportamento das infraestruturas, dos equipamentos e dos utilizadores urbanos, otimizando a gestão e a manutenção;
  • A inteligência artificial e o big data, que permitem processar e interpretar grandes volumes de informação, gerando conhecimento e suporte à decisão;
  • A realidade aumentada e a realidade virtual, que permitem criar experiências imersivas e interativas, melhorando a comunicação e a participação dos agentes urbanos.

Um exemplo de reabilitação urbana que incorpora as tendências e as inovações tecnológicas é o projeto Smart City Coimbra, que visa transformar Coimbra numa cidade inteligente, conectada e integrada, através de iniciativas como a instalação de uma rede de fibra ótica, a criação de uma plataforma digital de gestão urbana, a implementação de soluções de iluminação pública inteligente, a introdução de veículos autónomos e de drones, e a criação de um laboratório vivo para testar novos conceitos e serviços.

🔎 Conclusão

A reabilitação urbana é um desafio e uma oportunidade para Portugal, que pode valorizar o seu patrimônio histórico e cultural, melhorar a qualidade de vida das suas populações urbanas, promover a sustentabilidade ambiental e estimular a inovação tecnológica. No entanto, para que a reabilitação urbana seja bem-sucedida, é necessário superar as dificuldades financeiras e jurídicas, envolver os diferentes agentes urbanos e adaptar-se às novas realidades e necessidades. A reabilitação urbana é, assim, um processo dinâmico, complexo e participativo, que requer uma visão estratégica, uma abordagem integrada e uma atitude colaborativa.